A longa quarentena imposta pela pandemia obrigou a população chinesa a transformar alguns hábitos e passar a utilizar diferentes modelos de negócios. O medo do contato físico levou a uma mudança de comportamento, e serviços de entrega de comida, pacotes, supermercado cada vez mais passaram a ocorrer sem qualquer interação pessoa a pessoa. Surgem desta maneira os serviços contactless (sem contato físico) obrigando a população a se adaptar às novas tendências. A utilização de robôs, drones, carros e lojas autônomas foram fortemente utilizadas para reduzir o contato físico na crise da pandemia da COVID19.
Quando o novo hospital improvisado de Huoshenshan, em Wuhan - que foi construído em dez dias - começou a aceitar seus primeiros pacientes infectados com o coronavírus no dia 11/02, um supermercado sem caixas, sem vendedores foi estruturado dentro das dependências médicas pela Taoxianda da Alibaba - um serviço de entrega de alimentos frescos oferecido por Taobao.
A loja que funciona de 24 horas, está equipada com um sistema de auto-checkout que permite aos compradores digitalizar e pagar por itens sem ter que interagir com um caixa. Além desse hospital, o complexo hospitalar de Leishenshan também conta com supermercado 24 horas sem contato físico.
Caixas do supermercado do hospital em Wuham
Outras empresas lançaram serviços sem contato para tentar combater a disseminação. Os aplicativos de pedidos de alimentos como o app da Meituan, implantaram a entrega sem contato “contactless delivery”, permitindo que os entregadores coloquem comida em armários ou em determinadas áreas designadas para evitar a interação com os clientes. Carros autônomos como os utilizados pela JD foram amplamente utilizados na entrega de produtos https://www.youtube.com/watch?v=Hi42EwKAM4U&feature=emb_title.
Os hospitais estão usando robôs para fornecer medicamentos aos pacientes e reduzir o contato com os médicos e enfermeiros. Os hotéis também implantaram robôs para entregar comida a pessoas em quarentena.
Outro meio de entrega que foi muito utilizada na pandemia foi a utilização de drones principalmente para a entrega de comida e medicamentos. O governo chinês percebendo a grave situação e flexibilizou a legislação proporcionando a empresa JDI, que é responsável pela fabricação de 70% dos drones vendidos no mundo, uma ação rápida na entregas destes produtos em Wuham e mais 32 cidades chinesas. Além de carregar até 4 quilos de carga eles, foram adaptados com alto-falantes e sensores de temperatura por raios infravermelhos para poderem enviar alertas à população e medir a temperatura corpórea de quem estava na rua. Este vídeo, no link abaixo feito na Mongolia mostra a ação de um destes drones solicitando que as pessoas que voltassem para suas casas. https://twitter.com/globaltimesnews/status/1223218977570078721.
Outra importante ação do governo chinês foi a utilização de drones agrícolas da empresa XAG, responsáveis pela aspersão de agrotóxicos e fertilizantes, que foram adaptados para desinfetar os trens, metro e grandes áreas públicas, sem expor os trabalhadores da limpeza. A rede de cafés Luckin Coffee, instalada nos hospitais de Wuham, utilizaram robôs para o preparo das bebidas substituindo totalmente a trabalho humano.
Lojas autônomas onde você entra, compra e realiza o pagamento com o reconhecimento facial, tiveram neste período de pandemia um aumento de 240% nas vendas entre janeiro e fevereiro, mesmo com a restrição de entrada do número de pessoas na loja. Nas lojas de conveniência dos postos de gasolina o pedido era feito online e para retirar as compras o consumidor simplesmente abria o porta-malas e um braço mecânico colocava as compras no carro.
Nesta crise um setor que teve um grande aumento no número de usuários foram as plataformas de comunicação e colaboração tanto para a educação como para home office e entretenimento. As plataformas digitais como Ding Talk da Alibaba e o WeChat da Tencent tiveram um crescimento de mais de 1.000% de usuários ativos dia. O Ding Talk registrou acesso de 200 milhões de usuários em um dia. A Tecent disponibilizou no WeChatWork o limite de 300 pessoas em uma reunião tudo para facilitar o trabalho em home office. No caso da educação Ding Talk disponibilizou uma ferramenta para que professores pudessem dar aulas por vídeo e também enviar arquivos com conteúdos dado em aula.
Todas essas iniciativas e outras tantas que não foram citadas mostram que a necessidade do isolamento social das pessoas obrigou as empresas a darem respostas rápidas para problemas urgentes encontrando na tecnologia a grande saída. Drones, carros autônomos, lojas autônomas, robôs, plataformas de colaboração foram os grandes aliados no combate a COVID19. Sem dúvida isso só acelerou a transformação digital que agora vem com tudo.
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