A indústria têxtil global passa por uma evolução contínua impulsionada pela mudança das preferências e exigências dos consumidores em relação aos avanços tecnológicos e aos imperativos de sustentabilidade.
A trajetória de crescimento do mercado têxtil também se cruza com o advento de novas tecnologias, como os têxteis inteligentes e as técnicas avançadas de fabricação, influenciando a inovação dos produtos e a experiência do consumidor. A pandemia da COVID-19 agiu como um desafio significativo, obrigando a indústria a centrar-se na produção de equipamentos de proteção individual (EPI) e de têxteis para a saúde, demonstrando a sua adaptabilidade e resiliência face às adversidades. Líderes de mercado fizeram progressos substanciais nos seus compromissos de sustentabilidade, adotando iniciativas de moda circular, investindo em materiais ecológicos e estabelecendo parcerias para reduzir a pegada ambiental em todas as suas cadeias de abastecimento.
Esta convergência de consciência de sustentabilidade, inovação tecnológica e personalização, reflete um cenário dinâmico preparado para crescimento e transformação contínuos no atendimento às crescentes necessidades dos consumidores e aos objetivos de sustentabilidade do planeta. A China e a Índia são os principais produtores e exportadores da indústria têxtil.
O mercado têxtil na China em 2023, produziu US$ 1,3 trilhão, representando cerca de 27% da produção global.
O Conselho Nacional Têxtil e de Vestuário da China (CNTAC), definiu no 14º plano quinquenal 2021-2025, que a China pretende desenvolver uma indústria têxtil e de vestuário mais sofisticada e orientada para a alta costura. Nos últimos anos, embora a participação da China no total das exportações mundiais de vestuário tenha diminuído, a China está desempenhando um papel mais significativo como fornecedor de têxteis para muitos países exportadores de vestuário, especialmente na Ásia, como Paquistão, Filipinas, Índia, Bangladesh, Vietnã entre outros.
Na medida em que o mercado de exportação de vestuário diminui, a China está investindo mais fortemente no seu mercado interno para apoiar o crescimento da indústria têxtil e de vestuário. Fontes da indústria preveem que as vendas anuais no varejo de vestuário na China poderão ultrapassar os US$ 415 bilhões até 2025 (contra US$ 347 bilhões nos EUA).
Outro ponto importante é que a China, continuará os seus esforços para “tornar-se global”, ou seja, investindo em fábricas têxteis e de vestuário no exterior, principalmente através da “Iniciativa Cinturão e Rota” (Belt and Road Initiative). De acordo com a CNTAC, os investimentos estrangeiros da China no setor têxtil e de vestuário excederam US$ 6,7 bilhões entre 2015 e 2020. Quase US$ 1,8 bilhões (ou 26,6%) foram para países vizinhos do sudeste asiático, incluindo Vietnã, Camboja, Tailândia, Laos e Myanmar.
A China pretende desenvolver uma indústria têxtil e de vestuário “mais verde” e mais sustentável. No entanto, em vez de simplesmente reduzir os poluentes e a utilização de água, a China está desenvolvendo um modelo de crescimento liderado pela sustentabilidade, enfatizando áreas que incluem a economia circular e a criação de novos produtos de valor acrescentado baseados em materiais reciclados.
Para 2024, as principais tendências que devem moldar o mercado têxtil na China:
Sustentabilidade: as empresas chinesas estão investindo em tecnologias e processos mais sustentáveis, como o uso de fibras recicladas e biodegradáveis e a redução do consumo de água e energia.
Tecnologia: as fibras inteligentes estão sendo desenvolvidas para melhorar o desempenho e a funcionalidade dos tecidos. Existe um crescente mercado de vestuário esportivo e de fitness, à medida que as pessoas se tornam mais conscientes da importância da saúde e do bem-estar.
Personalização: as empresas chinesas estão investindo em tecnologias e processos que permitem a personalização em massa como a impressão 3D.
No entanto, o mercado têxtil da China também enfrenta alguns desafios, como: a concorrência de outros países emergentes, como Bangladesh, Índia e Vietnã, a volatilidade dos preços das commodities, que pode afetar os custos de produção e a crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental, que está levando a uma demanda por produtos mais sustentáveis.
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