O New Development Bank (NDB) foi criado em 2015 pelos países do BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Sua sede fica em Shanghai. É um banco multilateral de desenvolvimento com o objetivo de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em mercados emergentes e países
em desenvolvimento (EMDCs).
O NDB, prioriza projetos que impulsionem o crescimento econômico e melhorem a vida das pessoas nos países membros, visando moldar um futuro mais sustentável.
Dentro do amplo espectro de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, as operações do NDB durante o período 2022-2026 se concentrarão, mas não se limitarão às seguintes áreas:
Energia Limpa e Eficiência Energética;
Infraestrutura de transporte;
Água e saneamento;
Proteção Ambiental;
Infraestrutura Social;
Infraestrutura digital.
História
A criação do banco foi acordado pelos líderes do BRICS na Quinta cúpula do BRICS, realizada em Durban, na África do Sul, em 27 de março de 2013.
Em 15 de julho de 2014, o primeiro dia da Sexta cúpula do BRICS, realizada em Fortaleza, no Brasil, o grupo de economias emergentes assinou o documento há muito aguardado para criar o Novo Banco de Desenvolvimento. O capital subscrito inicial do banco foi de US$ 50 bilhões, havendo autorização para chegar a US$ 100 bilhões.
Também foram assinados documentos sobre a cooperação entre as agências de crédito à exportação BRICS e um acordo de cooperação em matéria de inovação. No Brasil, o acordo constitutivo do banco foi promulgado pelo decreto Nº 8.624, de 29 de dezembro de 2015.
A estrutura decisória do Banco compõe-se de um Conselho de Governadores, um Conselho de Diretores, um Presidente e quatro Vice-Presidentes. Além disso, existem os Escritórios Regionais que no caso do Brasil a sede do Escritório Regional das Américas (ERA) fica na cidade de São Paulo, mas o Banco pode estabelecer dependências (subsedes) na cidade de Brasília ou em outras cidades mediante consentimento do governo brasileiro.
A sigla BRIC, que inicialmente abarcava Brasil, Rússia, Índia e China, foi cunhada em 2001 por Jim O'Neill, então economista chefe do banco multinacional de investimentos Goldman Sachs. Na época, os quatro países mantinham altas taxas de crescimento e o rótulo BRIC representava otimismo econômico sobre o futuro dessas nações. Críticos do termo, porém, diziam que os países eram muito diversos para serem agrupados de tal forma e que isso não passava de uma jogada de marketing do Goldman Sachs. Mas o que pode ter começado como uma jogada de marketing para encorajar os investidores acabou se transformando em uma plataforma de cooperação intergovernamental semelhante ao G7.
Em 2009, as quatro nações se reuniram para sua primeira cúpula em Yekaterinburg, na Rússia. Em 2010, a África do Sul foi convidada a integrar o grupo, acrescentando o "S" ao BRIC.
Em 2021, o Conselho de Governadores do NDB aprovou a admissão de Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito e Uruguai na família NDB, o que marcou o início da expansão do Banco como uma instituição multilateral global.
O grupo promove, anualmente, uma reunião de cúpula entre os seus representantes que procuram formalizar acordos e tomar medidas de interesse de todos, em diversos campos, como técnico-científico, acadêmico e cultural, além de financeiro e econômico, como a criação de uma instituição financeira própria para garantir o financiamento de investimentos entre seus membros, para fazer frente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).
Os desenvolvimentos econômicos mais recentes nos Estados membros do BRICS têm pouco ou nada a ver com os mitos iniciais sobre os quais o grupo foi fundado. Dos cinco membros, apenas a China registrou um crescimento estável e prolongado desde então.
Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu de 6 trilhões de dólares em 2010 para quase 18 trilhões de dólares em 2021, as economias do Brasil, África do Sul e Rússia estagnaram. O PIB da Índia cresceu de 1,7 trilhão de dólares para 3,1 trilhões de dólares, em ritmo inferior ao da China.
Atualmente o BRICS tem uma população combinada de 3 bilhões de habitantes e um PIB de mais de US$ 25 trilhões de dólares, ou seja, 40 % da população mundial e cerca de um quarto do PIB global.
Em 24 de março de 2023, a ex-presidente Dilma Rousseff, indicada para substituir Marcos Troyjo pelo governo brasileiro, foi aprovada pelo Conselho de Governadores do banco, tendo um mandato até julho de 2025, ela é a primeira política a assumir o cargo.
Desafios
O grupo, tem atuado no fortalecimento da cooperação Sul-Sul, promovendo o intercâmbio de conhecimento e expertise entre países em desenvolvimento e ações conjuntas para enfrentar desafios globais, como a mudança do clima e a segurança alimentar.
Mas os BRICS também enfrentam desafios em termos de pressões políticas e externas, como a crescente rivalidade entre China e Estados Unidos, e a volatilidade dos mercados financeiros internacionais. Desigualdade econômica e social dentro dos próprios países também pode prejudicar a promoção do desenvolvimento sustentável.
Os países do grupo são ricos em recursos naturais, com grandes reservas de petróleo, gás natural, minério de ferro, ouro, água, entre outras riquezas. Isso sem contar os milhões de hectares de áreas agricultáveis com soja, milho e trigo, e de produção de proteína animal, sobretudo em terras brasileiras.
Eles se destacam no cenário internacional como importantes centros econômicos e financeiros que atuam de maneira a fortalecer economicamente o grupo e outras nações menos desenvolvidas e os países emergentes, alguns dos quais têm solicitado ingressar formalmente no BRICS, como é o caso de Argentina, Argélia e Irã. Dessa forma, o BRICS amplia a inserção das economias emergentes no sistema econômico internacional e reforça a sua importância na composição da geopolítica global.
Referências:
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